CoMciência recebe palestra sobre a ciência nos tempos da Inconfidência Mineira

“José Álvares Maciel, o químico inconfidente, e Visconde de Barbacena: encontros na ciência e desencontros na política” é o tema da palestra que será ministrada por Carlos A. L. Filgueiras (UFMG), no dia 25 de abril, às 19h30, no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, dentro do projeto de divulgação científica do Museu, CoMciência. 

José Álvares Maciel e Visconde de Barbacena foram antigos estudantes de ciências na Universidade de Coimbra. O português Barbacena graduou-se em 1775 e obteve um doutorado no ano seguinte. Maciel, natural de Vila Rica, formou-se em 1785 e, depois, realizou trabalho científico e industrial em Portugal e Inglaterra. O Visconde foi um dos fundadores da Academia das Ciências de Lisboa em 1779, tornando-se seu secretário por nove anos. Ambos vieram para o Brasil em 1788, quando o Visconde de Barbacena foi nomeado Governador de Minas Gerais, justamente quando a produção aurífera estava em franca decadência. Ele viu em Maciel a pessoa certa para iniciar uma pesquisa abrangente do potencial mineral de sua província. Pouco depois de sua chegada às minas, contudo, suas vidas tomaram rumos diferentes. Maciel envolveu-se na conspiração da Inconfidência Mineira, e acabou preso ao final de 1789. Sua promissora carreira científica foi abortada aos 29 anos de idade e ele foi condenado ao exílio em Angola. Apesar de ter trabalhado na África em produção de ferro, sua depressão contribuiu fortemente para a morte prematura aos 43 anos. O Visconde é pouco lembrado hoje como homem de ciência, mas sobretudo como o algoz dos visionários do movimento de insurreição. 

Formado em Engenharia Química pela UFMG, Carlos Filgueiras tem doutorado em Química pela Universidade de Maryland e pós-doutorado em Química pela Universidade de Cambridge. É Professor Emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e também lecionou na UFRJ. Pesquisou e publicou extensamente sobre Química Inorgânica, sobretudo Química de Coordenação e Organometálicos, e também sobre História da Ciência, na qual desenvolveu carreira paralela à de químico. Foi presidente da sociedade Brasileira de Química no biênio 1990-1992.

Entrada gratuita. Sujeito à lotação do espaço.