Casa Fiat de Cultura debate inovação das hortas verticais

Na primeira edição do ciclo de palestras Smart Cities, Smart Citizens, “GreenUP: cidade comestível” aborda produção sustentável de alimentos nas grandes cidades, onde não há espaço livre para o plantio.

No dia 26 de junho, a Casa Fiat de Cultura, que integra o Circuito Liberdade, em Belo Horizonte, apresenta a palestra “GreenUP: cidades comestíveis”, do arquiteto italiano, professor da Universidade de Florença e coordenador de Relações Internacionais da Escola de Artes Visuais do Parque Lage no Rio de Janeiro, Giacomo Pirazzoli. O evento será mediado pela arquiteta Graziela Nivoloni e faz parte do ciclo de palestras online Smart Cities, Smart Citizens, realizado em parceria com o Istituto Europeo di Design (IED) e o Consulado da Itália em Belo Horizonte durante o ano de 2020. A palestra será exibida, às 9h, pelo YouTube do IED (https://www.youtube.com/user/iedsaopaulo). O link será enviado aos participantes por meio de inscrição pela Sympla.

Pirazzoli vai apresentar os resultados de uma pesquisa que começou há seis anos em Florença, na Itália, com o objetivo de encontrar soluções para melhorar a qualidade do ambiente e das habitações, garantir segurança alimentar das comunidades locais e/ou diminuir a poluição do ar. Segundo ele, a alternativa mais sustentável para a produção de alimentos nas cidades é o GreenUp – uma estrutura vertical que pode ser implementada em prédios, em qualquer lugar urbano, e é pensada como estratégia de design holístico para agricultura urbana. “Enxergamos os desafios da cidade como oportunidades de inovação. Formamos uma comunidade científica em torno do crescimento das cidades e entendemos que o verde é uma necessidade constante. Queremos trazer a natureza de volta para nossa casa”, explica.

Mas qual a diferença entre os jardins verticais e os GreenUPs? Para Pirazzoli, o ponto principal é o objetivo de cada um. Enquanto os jardins são relacionados a questões estéticas – embora também contribuam para a redução de CO2 e melhoria do ar interno –, as hortas alimentam a comunidade. “Os jardins são decorativos, dão trabalho e demandam alto investimento em montagem e manutenção. Precisamos mudar essa ideia de um jardim só para olhar. As hortas produzem alimentos que a gente come. E alimentar as pessoas é uma coisa linda. As plantas das hortas não são feias: elas têm uma beleza diferente e mais democrática”, reflete o professor.

Pirazzoli destaca que a estratégia GreenUP propõe uma transformação geral da metrópole, com impactos no transporte, no ar, no gasto de energia e na conexão entre as pessoas, por meio da comida compartilhada. É possível transformar fachadas e telhados em micro-hortas e criar espaços públicos e privados para o plantio de hortas e trânsito de pessoas, interligando diferentes pontos. “Se cada um fizer uma horta em casa, os impactos acontecem em grande escala, e isso muda o perfil da cidade”, destaca.

A palestra “GreenUP: cidade comestível” é uma realização da Casa Fiat de Cultura, em parceira com o Istituto Europeo di Design (IED) e o Consulado da Itália em Belo Horizonte, com apoio do Ministério da Cidadania, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O patrocínio é da Fiat Chrysler Automóveis (FCA) e do Banco Safra. A palestra conta com apoio institucional do Circuito Liberdade, do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), do Governo de Minas Gerais e do Governo Federal, além de apoio cultural do Programa Amigos da Casa, da Brose do Brasil e da Expresso Nepomuceno.

Smart Cities e Smart Citizens

O ciclo de palestras Smart Cities, Smart Citizens contará, ao todo, com três palestras, realizadas pela Casa Fiat de Cultura em parceria com o IED e o Consulado da Itália em Belo Horizonte. As apresentações terão, como tema central, as cidades criativas e sustentáveis, que fazem uso da tecnologia em seus processos de planejamento, com a participação dos cidadãos.

O conceito de Smart Cities refere-se às cidades que se desenvolvem a partir de infraestruturas mais eficientes, que respeitam o meio ambiente. Todo o planejamento urbano, da construção de praças e outros espaços públicos a moradias, deve ser pensado de forma inteligente.

Nesse contexto, os Smart Citizens, ou cidadão inteligentes, são os sujeitos que habitam essas cidades. São pessoas com capacidade de se conectar, de se informar e ser agentes ativos nessas comunidades, vivenciando a própria cidadania.

Além de “GreenUP: cidade comestível”, o ciclo de palestras vai abordar, na edição de agosto, projetos arquitetônicos que tornam as cidades mais inteligentes, com cases italianos e brasileiros. Em outubro, o evento discutirá como o design de produtos e serviços pode impactar as cidades contemporâneas e do futuro.

Giacomo Pirazzoli

Tem graduação e mestrado em Arquitetura pela Università di Firenze, doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Università di Roma La Sapienza, e pós-doutorado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Mackenzie São Paulo. Desde 1993, atua profissionalmente com arquitetura sustentável, museus, exposições e patrimônio, e arte/arquitetura. Pirazzoli tem várias obras construídas e premiadas, realizou exposições dentro e fora da Itália e é autor de mais de 150 títulos, dentre livros e ensaios.

Foi assessor no Architect’s Council of Europe (ACE-CAE) e presidente da Academia de Belas Artes de Florença e da Fundação de Estudos de Arte daquela Academia. Desde 2000 é professor na Universidade de Florença, onde também é Diretor-Fundador do think-tank Crossing Lab. Além de ter sido Professor Visitante em várias universidades no mundo, em 2019, foi convidado para ser coordenador de Relações Internacionais na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro.

Graziela Nivoloni

Mestra em Design pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e graduada em Arquitetura e Urbanismo pelo Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP), Graziela Nivoloni trabalhou em escritórios de arquitetura e interiores, nos quais desenvolveu projetos nacionais e internacionais. Atualmente, é docente nos cursos de Design de Interiores e Design de Produto e Serviço no SENAC, na Belas Artes e no IED – Istituto Europeo di Design – em São Paulo, onde também atua na coordenação do curso de extensão Home Design por Casa Vogue e na co-coordenação da pós-graduação em Design de Interiores Contemporâneo.

Consultora do Sebrae-GO na área de arquitetura e interiores, interessa-se por processos de projetos contemporâneos colaborativos e empáticos, além de métodos de potencialização da criatividade para inovação em design e negócios. Sua dissertação de mestrado foi selecionada para compor o 32º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira na categoria “trabalhos escritos não publicados”, em 2018.

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