CCBB – BH recebe a premiada mostra “Ai Weiwei – Raiz”

A concorrida exposição “AI WEIWEI - RAIZ”, premiada pela APCA como a melhor mostra internacional de 2018, aporta na capital mineira a partir de 06 de fevereiro, no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte. A mesma esteve em cartaz em São Paulo (até o dia 20/01), impactando a mídia e o público. BH será a próxima capital a receber a maior exposição do artista plástico chinês Ai Weiwei.

Desde outubro passado, que Ai Weiwei, reverenciado como um dos grandes nomes da cena contemporânea mundial tem a sua obra exposta pela primeira vez no Brasil. Inédita e considerada a maior exposição realizada até então pelo icônico artista, a premiada mostra reúne célebres trabalhos, assim como novas criações desenvolvidas a partir da intrínseca relação do artista com a cultura e as tradições brasileiras. Ai Weiwei se destaca no cenário internacional pelo interesse que demonstra pelas questões sociais e humanas, como a crise mundial de imigração.

SOBRE A CONSTRUÇÃO DA MOSTRA

“A história deste projeto remonta a 2010. Meu interesse no trabalho de Weiwei começou quando entendi as conexões que ele havia feito ao atrelar a produção de arte à transformação social e coletiva. Quando vi as experiências que ele havia desenvolvido na China, senti que elas poderiam funcionar na América Latina se aplicadas com ousadia, criatividade e iniciativa enérgica. A ideia de situar o mais vulnerável no centro da ação e assim empoderá-lo de modo a causar uma mudança fundamental de percepção me pareceu um divisor de águas. Contatei Ai Weiwei, mas apenas algumas semanas depois ele foi preso e o projeto foi deixado de lado. Durante os últimos anos, mantive contato com ele, e as conversas que tivemos e o que li sobre ele me fizeram perceber que o homem demandava uma missão de outro tipo. Arte não era a coisa mais importante para ele, a vida era.”

(Marcello Dantas- Criador e Curador da Mostra)

O projeto “AI WEIWEI RAIZ”, desenvolvido e curado por Marcello Dantas reúne alguns dos icônicos trabalhos do artista, além de obras inéditas nascidas da imersão profunda que ele realizou pelo Brasil. Entre as principais obras presentes na mostra, está a obra - prima Deixando cair uma urna da dinastia Han, um trabalho que retrata o jovem artista derrubando intencionalmente uma urna cerimonial de cerca de 2.000 anos, da Dinastia Han, período da história da civilização chinesa. A ação transformadora foi captada e transformada em três imagens que vêm sendo apresentadas mundo afora. No Brasil, está sendo exposta a versão dela em peças de Lego.

Outros grandes destaques da mostra são as obras Sementes de Girassol, trabalho composto por milhões de sementes de girassol de porcelana pintadas à mão por artesãos chineses, levantando a questão da produção em massa e perda da individualidade; e Cofre de Lua, uma série de baús feitos com a preciosa madeira Huali, o marmelo chinês, que apresentam as quatro fases da lua aos visitantes que atravessam a instalação. A destacar também, a instalação Lei da Viagem (Protótipo B), na qual o artista expõe o seu engajamento com a crise global de refugiados, retratada através de um barco inflável de 16m de comprimento comportando centenas de figuras humanas.

CONEXÃO COM O BRASIL:

A imersão pelo Brasil contou com a consultoria da designer Paula Dib e colocou o artista em contato com comunidades, artesãos, manifestações culturais e recursos regionais até então desconhecidos por ele, resultando em trabalhos inéditos, feitos com madeira, sementes, raízes, tecidos e couro. Ai Weiwei se propôs a desvendar e absorver a cultura local e moldar objetos que representam a biodiversidade, a paisagem humana e a criatividade brasileira.

A resultante deste mergulho à cultura brasileira desdobrou-se em impactantes obras que conjugam as raízes culturais chinesas e as raízes ancestrais brasileiras. Uma delas é a série Sete Raízes, feita de centenárias raízes do pequi-vinagreiro, espécie de árvore típica da Mata Atlântica baiana atualmente em risco de extinção, encontradas desenterradas na região de Trancoso, na Bahia. Estes resíduos descobertos no meio da mata foram selecionados e trabalhados pelo artista junto a carpinteiros chineses e brasileiros. Cada uma das raízes possui um nome: Força, Palácio, Voar, Sr. Pintura, Martin, Nível e Festa. Duas das peças estarão na mostra no CCBB BH. Outro objeto de impacto presente na exposição é o modelo inédito em 3D, em escala 1:25, do pequi-vinagreiro de 31 metros de altura, moldado em seu local de origem para ser fundido em ferro no estúdio do artista.

A destacar também, um trabalho composto por ex-votos, esculpidos por artesãos de Juazeiro do Norte (CE), que reproduzem a vida e obra do artista e trabalhos feitos em couro, com citações sobre poder e racismo utilizando o alfabeto armorial de Ariano Suassuna. 

A EXPOSIÇÃO EM BH EM SUA NOVA VERSÃO:

A mostra, que esteve em cartaz até 20 de janeiro na Oca no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, em sua nova e adaptada versão, ocupará as dependências do CCBB BH no período de 05 de fevereiro a 15 de abril. Depois, será a vez de o público carioca poder conferi-la no CCBB Rio, dentro da programação dos seus 30 anos de atividades, completados em 2018.

“AI WEIWEI - RAIZ”, ganha sua primeira itinerância em Belo Horizonte depois de uma temporada de sucesso em São Paulo. A exposição, em sua nova versão, aborda todos os temas essenciais de sua obra com exemplares marcantes de cada uma.  A primeira delas é sua obsessão em transformar todos os objetos em blocos construtivos de uma arquitetura poética. Com a obra “Bicicletas Forever” essa prática teve sua maior manifestação.  Na exposição temas como a ativação social, a subversão política, o drama dos refugiados, o libelo pela liberdade de expressão e o contraste de visões entre o ocidente e o oriente estão representados. As obras resultantes de sua pesquisa pela cultura brasileira e sua experiência em montar ateliês no Brasil também estão ali documentados. Minas Gerais é a terra do nascimento do conceito de liberdade no Brasil e Ai Weiwei é a principal voz do mundo das artes engajado na luta contra todo tipo de opressão. Raiz é uma maneira de conectar sensibilidades distintas através de camadas subterrâneas de nossa percepção. (Marcello Dantas- Criador e Curador da Mostra)

A OPINIÃO DE QUEM JÁ VIU:

"É com muito orgulho que o Centro Cultural Banco do Brasil de Belo Horizonte recebe Raiz, do artista contemporâneo Ai Weiwei. O público de BH vai se impressionar com os trabalhos dessa exposição. Tive a oportunidade de visitar a mostra e pude perceber o quanto o público fica maravilhado com as obras expostas, principalmente pela forma como ele aborda questões universais de nosso tempo."

(Leonardo Camargo - Gerente Geral do CCBB BH)

“AI WEIWEI - RAIZ” é uma exposição organizada pela Magnetoscópio com Ai Weiwei Studio, em colaboração com a Lisson Gallery e apoio de neugerriemschneider e Galleria Continua.

SERVIÇO - MOSTRA “RAIZ – AI WEIWEI”

CURADORIA: MARCELLO DANTAS

PATROCÍNIO: BANCO DO BRASIL

LOCAL: Centro Cultural Banco do Brasil (Praça da Liberdade, 450 – Tel: 31 3431-9400)

PERÍODO: 06 de fevereiro a 15 de abril de 2019 = De quarta a segunda

HORÁRIOS:

>> 06/02 a 28/02 = 10h às 22h

>> 01/03 a 15/04 = 9h às 22h

ENTRADA FRANCA

CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA: Livre

MAIORES INFORMAÇÕES:

https://www.facebook.com/aiweiweiccbbbh

site bb.com.br/cultura

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